terça-feira, 23 de outubro de 2012

Drageias para depressões sazonais



Escaparate de Loriga


Esta madrugada, lá para as bandas do Chão do Soito, sito na vila de Loriga, por entre uma densa e conspiradora neblina, uma esfaimada e ardilosa raposa tomou rompantemente de assalto uma segura e sólida capoeira. O canídeo, logo que se viu rodeado de tão apetecíveis iguarias, atirou-se de imediato ao lauto banquete, e, sem dó nem piedade, tragou de enfiada quatro galinhas. No meio de todo o alarido, confusão e pânico que se instalaram dentro da casinhola dos galináceos, há a registar a morte do galo por enfarte do miocárdio e o pisoteamento de uma dezena de pintainhos. Toda a restante galinhada foi depois com rigor profissional estraçalhada pela raposa, já consoladamente saciada. Perante este cenário horripilante, muitos dos ovos, que entre o emaranhado das palhinhas e num silêncio tumular presenciaram o sanguinário acto da raposa, ficaram tal e qual como já estavam nos momentos que antecederam a funesta invasão desta, ou seja, ficaram chocados.

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